02 abril - Dia Mundial da Conscientização do Autismo
Uma das doenças mais comentadas do momento, o Autismo traz preocupação aos pais e responsáveis que nem sempre têm acesso à informação sobre a doença. A pedido da Revista Nova Família, o pediatra e neuropediatra Dr. Clay Brites, e sócio fundador do Instituto NeuroSaber elencou as 10 principais curiosidade sobre o Autismo.
1. Não é de hoje que existe o Autismo
O Autismo existe como nome e definição desde 1911, por Bleuler, quando foi descrito por ele como a versão clínica mais severa da Esquizofrenia. As primeiras publicações, entretanto, surgiram somente em 1943, por Kanner, eem 1944, por Asperger. A partir daí se iniciaram as pesquisas clínicas e a busca pela maior compreensão de suas causas e mecanismos. Com a explosão da Neurociência, desde os anos 90, uma maior abordagem e compreensão do Autismo favoreceram mais pesquisas em vários campos do conhecimento. Além de maior sensibilidade do público e intensificação dos meios de tratamento e inclusão.
2. Meninas com autismo tem mais epilepsia
Apesar de ser muito mais comuns em meninos, a ocorrência de Autismo em meninas aumentam os riscos de ocorrências epilépticas. Este mecanismo ainda não é bem compreendido mas a suspeita é de que fatores que normalmente protegem as meninas do transtorno estariam ligados a uma contrapartida. O quadro seria mais severo e com maior chance de desenvolver deficiência intelectual e epilepsia em meninas com Autismo.
3. A causa parece mesmo ser genética
Por anos, achava-se que o Autismo era uma anomalia gerada por “mães geladeiras” ou por famílias que não davam carinho e retorno afetivo suficientes aos seu filhos. Mas, desde os anos 70, com pesquisas confiáveis mostrando a associação dele com doenças neurológicas, epilepsias, síndromes genéticas, malformações cerebrais, etc., esta teoria vem caindo por terra. O consenso entre especialistas hoje é de o Autismo é um transtorno biológico e geneticamente herdado.
4. Nem todo autista tem problema na fala
O Autismo é uma condição extremamente diferente de acordo com a pessoa. Existem os que nada falam, os que falam com dificuldades e aqueles que falam com perfeição e seguindo todas as regras gramaticais inclusive. O importante é saber que mesmo falando bem, quem tem autismo tem dificuldade de se expressar de acordo com o contexto social e tendem a falar de forma mecânica e repetitiva.
5. Eles costumam não gostar de escrever
Muitas crianças e jovens com autismo apresentam problemas motores, de coordenação, e / ou de percepção sensorial para sentir e reconhecer o tato da preensão na hora de manipular lápis ou canetas. Esta limitação faz com que muitas delas evitem escrever e acabam não dominando completamente ou espontaneamente a habilidade do escrever. Portanto, são necessários intervenções especializadas para corrigir, aos poucos, esta dificuldade.
6. Nenhum autista é igual
A variedade de apresentação clínica do Autismo é uma de suas marcas principais. Apesar de terem em comum as características básicas do transtorno, os prejuízos cognitivos, comportamentais, sensoriais, de linguagem e de nível intelectual variam amplamente de criança para criança. O motivo é a variabilidade genética envolvida e as diferenças de ambiente e do momento da intervenção nestas crianças.
7. Medicação faz bem para todos os autistas
O uso de medicações no Autismo é importante especialmente para aqueles com severos comportamentos antissociais, agressivos, opositores e que possam levar a epilepsia e problemas de sono. Mas nem toda a criança com Autismo precisa ser medicada e deve-se sempre avaliar caso-a-caso a necessidade de introduzir medicações.
8. A idade materna avançada aumenta risco de autismo
Isto é fato! A idade ao se tornar mãe pode influenciar o risco de ser uma criança com autismo. Ficar grávida acima dos 40 anos eleva muito o risco de se ter um filho autista. Dados do National Institute for Health and Care Excellence (NICE), uma espécie de Ministério da Saúde do Reino Unido, mostram uma íntima relação direta entre a idade materna e o aparecimento de crianças com autismo.
9. Nem todo autista tem deficiência intelectual
Nem toda criança com autismo tem deficiência intelectual. Muito pelo contrário!! Cerca de 5% tem Altas Habilidades ou Superdotação e 40% apresentam nível de inteligência normal a aptos, portanto, para a vida escolar e acadêmica. Assim, reconhecer esta condição e estas particularidades é importante para se evitar a ideia de que autistas, em geral, não conseguirão aprender. Entretanto, 50% deles tem deficiência intelectual.
10.Autista beija e abraça
Sim, eles beijam e abraçam! Não é porque são autistas que não fazem nem um nem o outro… O fato não está no ato em si (beijar, abraçar), mas como beijam e abraçam no ambiente e de que forma expressam suas manifestações de carinho. O Autista faz isto muitas vezes de forma repetitiva, sem intencionalidade espontânea, forçados pelos outros ou o fazem de forma estranha, compulsiva.
Fonte: Revista Nova Família